Das coisas que me irritam #1

What the flying s*** have I just read? That's bollocks!

What the flying s*** have I just read? That’s bollocks!

Só neste pequeno início desta notícia (que o site do DN não permite ler mais, sem termos de pagar por tal), consegue-se encontrar logo dois erros gravíssimos de falta de ética, moral e sei lá eu mais o quê. Acho que estas duas pessoas (o jornalista e o entrevistado) não deve ter tido deontologia nos seus cursos.

Eu nem me prolongarei muito sobre estes “intermediários”. Bem… se calhar até vou mesmo prolongar-me. Apesar de serem legais, são, de certo modo, um autêntico roubo. As candidaturas às universidades no Reino Unido são feitas através da UCAS, e são absolutamente grátis – logo é um roubo pedirem às pessoas os tais 500€. E isto já para não dizer que todo o processo é simples e explicado até ao mais ínfimo pormenor. Desculpem-me mas isto é estar “à cara podre” a extorquir 500€ às pessoas. E na notícia ainda dizem que a “empresa” ajuda com os pré-requisitos necessários: LOL não me façam rir. Lamento informá-los, senhores, mas só há pré-requisitos estabelecidos para alunos britânicos; os restantes alunos (sejam de que parte do Mundo) não têm pré-requisitos – até ser recebida uma resposta da universidade em questão é impossível sabermos o que nos será pedido (o que pedem numa, não pedem noutra, e vice-versa).

Mas o que é igualmente mau é o modo como os jornalistas usam dados errados como elementos atractivos. Bem nós sabemos que os títulos é que são a cara – elemento convidativo – de toda a notícia, mas há limites. O problema aqui é que TODOS os alunos (independentemente do que quer que seja) pagam propinas. É que não há volta a dar. NÃO há ninguém isento de as pagar. Agora, o Estado Britânico fornece empréstimos aos alunos britânicos e da União Europeia, no valor total das propinas a pagar pela totalidade do curso. Estes empréstimos só começam a ser pagos quando se começa a receber 29.000 libras ao ano, e têm um prazo de 30 anos. Esta é a lei, logo NÃO é fornecido por estas “empresas”. É incrível a falta de ética destes jornalistas, que nem se preocupam com a veracidade das palavras que usam.

E antes que perguntem pela veracidade das minhas própria palavras… Eu conheço este sistema de trás para a frente, e de frente para trás, e de cor e salteado, porque candidatei-me para o Reino Unido quando acabei o Secundário (e embora tenha sido aceite, infelizmente a minha estupidez inata fez-me ficar em Portugal). Eu sei muito bem como é que o sistema funciona lá, e quão a verdade foi usurpada nesta notícia.

Esta notícia parece um queijo suíço. E à medida que se vai mais ao cerne da “empresa”, mais podres se lhe descobrem. Com toda a franqueza, e por experiência própria, visto que conheço bem o sistema, NÃO vão na conversa destas empresas. Claramente não vos oferecem nada de especial nem de novo, ou seja, nada que o Governo britânico não dê, e o senhor desta “empresa” só está mesmo a ganhar dinheiro à custa da “ignorância” das pessoas. É por esta e por outras  razões que às vezes sinto que vivo em Nápoles, no meio da máfia italiana.

Depois de ler esta notícia (e até assistir aos nossos noticiários diariamente), só me resta perguntar onde é que a nossa estrela de ouro – o Pedro Pinto, tirou o seu curso, porque em Portugal não foi de certeza (e numa pequena pesquisa logo percebemos que foi mesmo nos EUA). Ou então, a estas pessoas saiu-lhes o curso num pacote de batatas fritas. Raquel (hás-de perceber que és tu), se leres isto, eu sei que há excepções e estou de certa que tu serás uma delas, mas honestamente, os casos negativos, infelizmente, são aqueles que sobressaem sempre mais.