Cuidados de saúde a ter-se enquanto se estuda

Queria começar o post de hoje por vos pedir desculpa, visto que tenho estado (quase) completamente ausente do blog. Este semestre está a ser bem mais trabalhoso do que pensava (até porque a opção que só devia fazer para o próximo semestre estou a fazê-la agora), e os meus primeiros testes só acabaram esta sexta-feira. Bem sei que ainda tenho trabalhos para entregar até ao final deste semestre, mas vou ver se consigo arranjar ainda mais algum tempo para o blog.

E porque um dos principais temas do blog é a educação, hoje trago-vos mais um post relacionado com o estudo. Desta vez decidi incidir sobre uma área com a qual não estou muito familiarizada, por isso tive de andar a fazer pesquisas. E por esse mesmo motivo é que me demorei bastante para publicar este post, visto que tenho tido umas semanas muito preenchidas com testes e entregas de trabalhos para a Universidade e, infelizmente, o tempo não estica tanto quanto eu gostaria. Mas passando ao que realmente interessa, o post de hoje vai focar-se nalguns cuidados de saúde que devemos ter enquanto estudamos. Pode parecer um tema estranho, mas irão compreender onde eu quero chegar ao longo do post.

A nível do estudo, existem dois tipos de estudantes, isto exceptuando aqueles que se encontram nos graus intermédios: (1) aqueles que literalmente não querem saber da escola/universidade para nada e não se dignam a estudar propriamente, fazendo-o apenas na véspera; (2) aqueles que fazem de tirar altas notas o seu mote de vida, e passam tanto tempo a estudar que “estoiram” os seus neuróticos todos. Como irão perceber, este último tipo não é lá muito saudável, mas o que não quer dizer que não devemos estudar bastante. Devemos sim fazê-lo mas tendo em conta alguns limites. Para que seja mais fácil eu explicar este tema, vou dividi-lo por vários tópicos.

Ainda que não seja uma realidade presente em todos os alunos, a verdade é que muitos são aqueles que exageram (e bastante) na altura de se estudar para os testes e/ou exames. E ainda que o nosso objectivo como estudantes seja termos as melhores notas possíveis, não devemos cometer assim tantos exageros, pois só estaremos a piorar a nossa saúde a médio ou longo prazo.

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Iluminação
Como já referi algumas vezes no blog, enquanto estudamos é bastante importante que garantamos que o nosso local de trabalho está bem iluminado. E a maneira mais fácil de garantir isto é ter um candeeiro de mesa/secretária. E esta iluminação é importante porquê? Porque não devemos esforçar os nossos olhos. Por mais que os candeeiros de tecto dêem uma considerável iluminação ao nosso quarto, no que diz respeito à noite, esta iluminação não será suficiente, pelo que o uso de um candeeiro é algo imprescindível. É certo que mesmo com pouca iluminação ainda continuamos a conseguir ver e ler, mas a verdade é que os nossos olhos estão a fazer um esforço tremendo para que consigamos isso. O que como é óbvio não é bom para a saúde dos nossos olhos. Embora a leitura em ambientes escuros seja vista como uma causa do aparecimento da miopia (ou do agravamento desta), a verdade é que, como foi publicado num artigo no British Medical Journal, em 2007, cientificamente, não está comprovado que este tipo de leitura faça mal à visão. Contudo, isto não significa que não devemos ter em atenção a iluminação do nosso espaço de estudo. Ainda que ler com pouca luz não produza danos permanentes e a longo prazo na nossa visão, alguns são aqueles que se verificam a curto prazo: “dor nos globos oculares, dores de cabeça, ardor ocular, visão turva” (aquilo que cientificamente é designado por astenopia).

Postura e caligrafia
Especialmente porque temos uma vida cada vez mais sendentária, é importante assegurarmos que mantemos uma boa postura enquanto estamos sentados, seja a fazer o que for. É certo que quando se está na escola/universidade as cadeiras não são propriamente do melhor que há, mas em casa sempre se pode tentar adquirir algo melhor para a nossa coluna. Cadeiras como as deste género não são exactamente baratas, mas para quem puder comprar umas assim é uma boa opção, já que elas oferecem uma boa estabilidade à nossa coluna. Para quem não possa comprar cadeiras destas, pode sempre optar por colocar uma almofada atrás das suas costas, tentando que ela se mantenha estável. Em adição, devemos não só garantir que a cadeira está na altura certa (isto para aquelas cuja altura é regulável), como também garantir que os nossos pés estão bem apoiados, para deste modo termos uma boa postura. Para além disto, convém que se esteja o mais direito possível enquanto se escreve, quer seja à mão ou no computador. Uma má postura poderá não trazer problemas irremediáveis para a nossa coluna, mas irá trazer consigo futuras dores de costas, que não são nada agradáveis.

Um pouco relacionado com a nossa visão e com o esforço que podemos exigir dos nossos olhos. Para além de que seja importante ter uma boa caligrafia, é também útil que a nossa letra tenha um tamanho normal. Não do tipo de ocupar todo o espaçamento entre duas linhas, mas do tipo de ser suficiente para que os nossos olhos não tenham de se esforçar mais para ver o que estamos a escrever. Felizmente ainda não notei nenhum tipo de problema na minha visão, mas tenho perfeita noção que a minha letra é consideravelmente pequena, o que, quem sabe, se não me trará problemas de visão para o futuro [espera-se que não]. E até para facilitar a leitura dos outros, nada melhor como começar desde cedo a ter em atenção a este aspecto.

Organização do estudo vs Directas
É certo que este tópico não parece estar assim tão relacionado com saúde, mas a verdade é que o está e, além disso, nunca é demais realçar a sua importância. Isto porque, pensando bem no que envolve ter-se tudo (des)organizado, muitas são as vezes que os alunos se vêm na situação de terem de fazer directas. Para garantirmos que não temos de recorrer a directas, o melhor é mesmo termos tudo organizado. Como já fui referindo em alguns posts, não só devemos ir estudando um pouco todos os dias, como também devemos tentar organizar todos os apontamentos, rascunhos e resumos, documentos, artigos ou livros que tenhamos para cada disciplina/cadeira. Assim, conseguimos assegurar que não deixamos tudo acumulado para os últimos dias; para as vésperas dos testes/exames, em que, tecnicamente, devemos é consolidar os conhecimentos, pois já deviamos andar há alguns dias a estudar.

Fazer uma directa esporadicamente não vos irá afectar. Eu não sou exemplo perfeito de organização, pelo que já fiz uma ou outra. O problema é mesmo quando isto se transforma num hábito. E é mau por vários motivos:

  • em primeiro lugar, estamos sujeitos a uma grande quantidade de stress, visto que estamos a acabar um trabalho ou a estudar na véspera. Bem como, muito provavelmente, estaremos a fazer tudo um tanto ou quanto à pressa, visto que o tempo escasseia cada vez mais. E se isto pode resultar uma vez, não significa que vai resultar sempre;
  • em segundo lugar, existir alguma pressão, especialmente no que diz respeito a trabalhos, até que é saudável, mas em exagero não é saudável nem aconselhável;
  • em terceiro lugar, o descanso é uma parte bastante importante, não só para a nossa saúde, como também para o nosso desempenho como alunos. Ninguém diz que devemos dormir 10/11 horas por dia, mas no mínimo umas 7/8 horas. O sono proporciona-nos um bom momento para relaxar e garante-nos que temos energia para estarmos concentrados durante o próximo dia. Se bem que mesmo quando dormimos pouco conseguimos estar espevitados, quando isto se torna um hábito, a verdade é que o cansaço começa a acumular-se e os níveis de concentração começam a descer imenso.

Intensidade vs Paragens
E acrescentando às poucas horas de sono, há estudantes que optam por passarem várias horas, de seguida, a estudarem (do género manhãs ou tardes inteiras). Não que eu diga que não se deva estudar bastante, até pelo contrário; eu apenas considero que é melhor se tivermos atenção à quantidade de tempo que o passamos a fazer. É que o descanso não se obtém apenas quando se dorme. E além do mais, penso que faz sempre bem doarmos um tempo do nosso dia para nos divertimos, pois penso que dariamos em “malucos” se apenas estudássemos, estudássemos…

Daí que eu considere importante que se façam paragens enquanto estamos a estudar. Por exemplo, eu costumo estudar entre 1h a 2h de seguida, fazendo intervalos de, pelo menos, 15 minutos, após essa hora (ou duas horas) acabarem. É que não só vamos precisando de ir comendo, como também devemos dar um descanso aos nossos olhos e, sobretudo, à nossa cabeça. E penso que quanto mais insistirmos pior é. Se não estamos a conseguir concentrarmo-nos, mais vale pararmos por uma meia-hora e começarmos de novo. Mas é claro que cada um de nós tem os seus próprios métodos de estudos, e nem todos eles funcionam bem em todos os tipos de alunos.

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Concentração: alimentos aconselhados
Bons poderes de concentração dependem da manutenção das mensagens que circulam livremente entre as células cerebrais“. E embora o nosso cérebro, em comparação com os restantes orgãos, seja consideravelmente leve, a verdade é que consome cerca de 20% das calorias que ingerimos diariamente. Daí que seja importante assegurar que comemos os alimentos correctos. Em baixo, deixo-vos alguns nutrientes (ou alimentos) que poderão ajudar à manutenção da nossa concentração (algo essencial para um bom desempenho escolar/universitário):

  • ómega 3: presente, nomeadamente, nos peixes oleosos – como o atum, o salmão e a sardinha, mas também em nozes, abóbora e sementes de linhaça, a ómega 3 “ajuda a construir e a manter a mielina” (substância lipída que permite a condução dos impulsos nervosos). O peixe facilmente se enquadra nas nossas principais refeições, especialmente no almoço; os restantes exemplos, como as nozes, podem ser ingeridas como snacks ao longo do dia, já que devemos comer de 2/3 em 2/3.
  • hidratos de carbono: esta biomolécula “pode ajudar a evitar a ansiedade perante um próximo teste e a relaxar para se conseguir estudar melhor. Os hidratos de carbono libertam aninoácido e triptófano, que aumentam os níveis de serotonina [molécula envolvida na comunicação entre neurónios] no cérebro. A serotonina proporciona efeitos calmantes“.
  • chocolate amargo (ou preto): este tipo de chocolate “impulsiona a produção de endorfinas [neurotransmissores], o que melhora a nossa atenção e concentração”. Este é também “rico em flavonóides, o que aumenta o fornecimento de sangue e, o que, por sua vez, aumenta a vivacidade, a clareza e melhora as habilidades cognitivas“.

Memória: alimentos aconselhados
A nossa capacidade de nos lembrarmos de coisas depende do facto de as células cerebrais conseguirem fazer novas conexões“. E estas novas conexões são facilmente criadas quando estas células são excitadas, daí que nos lembremos de vários eventos relacionados com momentos em que estamos “emocionados ou intelectualmente estimulados”. E esta estimulação é, acima de tudo, garantida pela acetilcolina (um neurotransmissor). Neste contexto, tem-se a colina (nutriente que faz parte do grupo das vitaminas B), presente em alimentos como ovos e soja. Para além destes, “vegetais como repolho, bróculos e couve-flor”, segundo os investigadores, também ajudam à memória.

Segundo este artigo, à medida que vamos envelhecendo a nossa memória vai-se reduzindo, através da acção daquilo que, em inglês, se designa por “free radicals” (infelizmente, não consegui encontrar uma tradução). De modo a combater esta redução de memória, é aconselhado ingerir-se alimentos ricos em antioxidantes, como mirtilos, maças, bróculos, cenouras, alho, uvas vermelhas, espinafre, soja, chá, tomates e grãos integrais.

Outros alimentos sugeridos incluem o abacate, rico em vitaminas C e E (que os investigadores crêem diminuir o risco do desenvolvimento da doença de Alzheimer), as sementes de girassol, também ricas em vitamina E e, ainda, o chocolate negro (referido acima).

É claro que estes alimentos devem ser integrados numa alimentação equilibrada e saudável, conjugados ainda com exercício físico, visto, também, como um modo de relaxamento.

As informações para a elaboração deste post foram retiradas desde, deste, deste, deste, deste e deste sites.

O que é que acharam deste post? Continuando neste contexto dos posts sobre Educação, há alguém interessado em que eu faça um post sobre testes de consulta (algo presente nos Ensinos Secundário e Superior)? E estava a pensar fazer um pequeno diário fotográfico do meu dia-a-dia como estudante universitária: alguém interessado nesta idea?

9 thoughts on “Cuidados de saúde a ter-se enquanto se estuda

  1. Sweet woman says:

    Por acaso desconhecia o filme Closer, só o descobri mesmo quando estava a fazer a pesquisa para aquele post no entanto fiquei curiosa e tu só vieste aguçar ainda mais a minha curiosidade quanto a ele. Vou ver se o vejo nas férias quando que tal como tu é quando tenho mais tempo livre.
    Eu penso que eles acrescentam cores no Inverno e no Verão ou então estou a fazer confusão, como eles metem umas cores no Verão e outras no Inverno isso acaba por enganar e induzir a erro. Agora não sei bem, ahahah.
    É mesmo, aquele tipo de looks são bastante transparentes, penso que dão para ver extremamente bem a personalidade de quem os usa.
    Eu confesso que nunca tive que fazer directas por causa de um teste ou trabalho, sou daquele tipo de pessoas que precisa mesmo de dormir um determinado número de horas para acordar bem disposta e conseguir aguentar-se o dia todo. Até há quem diga que acabo por dormir demais, mas é assim que me sinto bem. Noitadas lá calha de vez em quando, mas directas propriamente ditas.
    Deixa lá que não és a única que não é um bom exemplo de organização, sou exactamente assim, não gosto lá muito desse aspecto em mim mas confesso que até o consigo contornar e adaptar-me bem a ele.
    Acho que este post é bastante importante para esta época em que os testes e trabalhos aparecem todos em cima uns dos outros.
    Quanto às ideias que tiveste para novos posts agradam-me ambas, a primeira não é algo que precise muito porque não faço muito testes de consulta no entanto a segunda é realmente boa, pessoalmente gosto imenso desse tipo de posts até ando há umas semanas seguir uma rotina e tirar uma fotografia a algo do meu dia-a-dia mas nem sempre consigo, esse são daqueles tipos de posts que embora simples são bem mais dinâmicos e ajudam os leitores a conhecer um pouco de nós, das nossas rotinas e gostos.
    Beijinhos.

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